28 de junho de 2009

P.J. Clarkes


Chegou a hora de conhecer o faladíssimo P.J. Clarkes São Paulo. O restaurante-bar-lanchonete chegou com as credenciais de ser a única filial do "famosíssimo" (entre aspas porque eu mesmo nunca tinha ouvido sobre, mas...) P.J. fora de Nova Iorque.

Ao chegarmos, estacionamento a módicos R$ 18,00 (com convênio...) e um ambiente escuro mas bem cuidado. A decoração com quadros e fotos temáticos de NY, vitrais e lustres estilo Tiffany´s cria o clima "novaiorquino" do restaurante que aparentemente vive lotado após receber diversos prêmios de "melhor hamburger da cidade". Seriam estes "canecos" realmente merecidos ou frutos da imensa badalação em torno da marca "gringa"? Reza a lenda que os sanduíches, junto com as ostras e o cheese cake são o fino da cozinha deles. E como hamburger é o que teoricamente os americanos melhor fazem - junto com ovos e bacon - a expectativa era grande.

Desta vez não se tratava de um programa a dois. Estávamos acompanhados de uma galera de comilões, entre eles o Hori e o Pepino e a Batata. Para a entrada, rolou uma cotoletta alla milanese - lombo de porco à milanesa - cortado em porções e um crab cake - bolinho de siri - repartido impiedosamente em vários pedaços. As entradas foram rapidamente destruídas pelos presentes, mesmo porque não podemos considerar as porções lá muito "fartas". Estavam gostosas. Mais o bolinho do que a milanesa, que era, digamos, normal.

Para a rodada principal, resolvemos dividir a porção do mini hamburger, que traz 3 unidades com queijos diferentes em cada sanduíche: ementhal, cheddar e mussarela. Acompanha ainda uma porção moderada de fritas. O prato é individual mas como estávamos apenas "beliscando", foi o suficiente. A carne é realmente muito saborosa, alta e grelhada ao ponto.


Porção de Mini Hamburger

Para sobremesa, a escolha lógica foi o NY Cheese Cake com calda de frutas vermelhas. Com toda a sinceridade, foi decepcionante. O cheesecake estava excessivamente "massudo" e salgado... a calda não tinha nada de especial. Pelo preço e fama que carrega, esperávamos uma sobremesa nível top... e na realidade ficou bem longe disso...


NY Cheesecake: decepção

A primeira impressão que tivemos do PJ Clarkes não foi positiva. O hamburger pode até ser bom mas o custo benefício deixa a desejar. Outros lugares tem sanduíches no mesmo nível mas com preços bem mais atraentes. As entradas são corretas e a sobremesa decepcionou... E a conta, como esperado é razoavelmente salgada para a combinação entrada, sanduiche e sobremesa divididos: mais de R$ 90,00. De qualquer forma, vamos dar uma segunda chance ao velho PJ para experimentar outros itens do cardápio.

Rua Dr. Mário Ferraz, 568
Jardim Paulistano - São Paulo

(11) 3078-2965
www.pjclarkes.com.br

Itadakimasuuuuuu!!

24 de junho de 2009

Road Burger



Numa noite de quarta-feira resolvemos conhecer um lugar novo de hamburguer. Recorremos à nossa listinha de restaurantes – temos um caderno onde anotamos todos os lugares que queremos conhecer. Na lista encontramos o Road Burger, uma lanchonete laaá na Mooca.



O tema do restaurante é a “route 66”. A casa parece mais um outback por fora, mas quando entramos encontramos várias motos espalhadas e uma decoração bacana – tudo a ver com a “route 66”.

O Road Burger é bem grande, porém, estava vazio então escolhemos um daqueles “sofazinhos”, uma mesa gigante que caberiam umas 10 pessoas.

A escolha foi o hotdog: Ariel



Hot dog com salsicha de 120g, queijo cheddar, batata chips do chef com pão de hot dog. Na primeira mordida, o cachorro quente estava delicioso, mas logo depois o excesso e talvez a baixa qualidade do cheddar deixaram o sanduíche muito enjoativo. No final só sobrou cheddar e algumas batatas no prato. As batatinhas estavam gostosas, crocantes e sequinhas. O prato deixou a desejar.

A outra escolha foi o famoso x-salada:



No cardápio, além dos hambúrgueres, há a opção de montar o seu próprio. A escolha tradicional foi o hambúrguer com salada. Avaliação: gostoso, mas nada espetacular e nada diferente. A maionese mostrou-se enjoativa como o cheddar.

Para o acompanhamento escolhemos a batata brava:



Batata assada com alho, catupiry e bacon. A baked potato estaria boa não fosse o exagero de queijo.

E para finalizar a noite: waffle!



Como tudo é exagerado, a sobremesa não poderia ser diferente. Muuuuita calda de frutas vermelhas (quase uma geléia..) e chantilly. Não dava nem para ver os buraquinhos quadradinhos da massa do waffle. Foi difícil de comer tudo.

Valeu a visita.

Resumindo: é uma lanchonete de exageros. Geralmente reclamamos da falta de recheio, mas lá acontece o inverso. Voltaria no Road Burger? Não sei, acho que não.

> Road Burger
altura do nº 3000 da av paes de barros | rua ibipetuba, 200 | mooca
2061-8176
www.roadburger.com.br



Itadakimasuuuuuu!!

16 de junho de 2009

Terraço Itália

Era um dia especial com muita coisa para comemorar que merecia visita a um lugar bacaninha e bem romântico. A escolha pode parecer clichê, mas o Terraço Itália continua a ser uma opção ímpar para passar passar ótimos momentos a dois. Inaugurado em 1967, o restaurante fica na cobertura de um dos prédios mais altos de SP (165 m) e possui uma das mais belas vistas da cidade. É também um dos lugares mais tradicionais da gastronomia paulistana. Muito pela localização e menos pela cozinha em si. E por conta disso, é altamente recomendado que se faça reserva antes de se aventurar por lá.


edifício Itália

Reservamos então o "jantar com piano ao vivo" (tem tb o jantar dançante e o bar, todos em ambientes separados). Na chegada, existe o vallet do restaurante (pago) espera na calçada da Av. Ipiranga. Depois pegamos um elevador até o penúltimo andar e outro que vai até a cobertura. Tudo devidamente sincronizado e operado pelos ascensoristas do próprio restaurante. Para começar o jantar, o couvert é obrigatório. Trata-se de couvert artístico acompanhado de pãezinhos, manteiga, sardela, beringela, mussarela e azeitonas. Couvert típico de restaurantes italianos por toda cidade. E é até compreensível, pois o restaurante é... italiano! De qualquer forma o couvert estava ok. Bons pães e acompanhamentos idem.



Couvert "artístico"

Depois do couvert, a entrada: um creme de polenta mole com camarões e lulas empanados. Foi uma ótima escolha, pois a porção veio bem servida e com ótima apresentação. A combinação do creme com as lulas e camarões empanados ficou muito boa.


polenta mole com lulas e camarões empanados



oia nois com a av. Paulista lá no fundão. A vista é fenomenal!

Depois da entrada generosa (foi quase um primeiro piatto...) escolhemos dividir um Brasato de Carré de Javali com Papardele de Amora. As costelinhas de javali vieram muito macias: derretia na boca... A massa veio no ponto: al dente. E o molho, parecido com um roti, dava um sabor forte à massa e ao javali. Um prato invocado, bem diferente das cantinas que encontramos por aí, mas muito gostoso. Ah! e a meia porção (que se paga um adicional de 30% do valor do prato) até que é bem servida e deu conta do recado.


Brasato de Carré de Javali com Papardele de Amora - essa é a meia porção...

Para fechar, a sobremesa escolhida foi um folhado de maçã com sorvete de vanilla em cima. A tortinha veio bem crocante e cheia de pedacinhos da fruta. O sorvete era um gelatto de boa qualidade mas provavelmente não era de produção própria. Ambos fizeram um par delicado e sem exageros. Não chega para ser uma das nossas sobremesas top mas certamente não faz feio e vale a pena!


folhado de mação com sorvete de vanilla -esses fiozinhos de ganache de chocolate estavam gostosos tb....

Para finalizar, a Raquel pediu um chá, escolhido entre várias opções de twinnings e acompanhado de diversos tipos de biscoitinhos. E depois ainda demos umas voltinhas no lado de fora do terraço. Nada nada ficamos no restaurante por mais de 3 horas! E nem vimos o tempo passar! Já a conta ficou acima dos 200 reais mas valeu a pena.


olha a vista do centrão de SP!! Vale do Anhangabaú lá embaixo!


Ó nois de novo, agora do lado de fora do terraço...


Visitar o Terraço Itália é uma experiência que vai além de uma boa refeição. Jantar com as luzes de São Paulo 165 metros abaixo não tem preço! Ou melhor... tem, e é caro... mas é uma experiência igualmente valiosa. Além da vista grandiosa, o piano ao vivo com boa música, as mesas espaçosas à luz de velas e o atendimento sempre cordial e prestativo ajudam a criar um clima especial que dificilmente um restaurante normal é capaz. Fica então a dica que não chega a ser nenhuma novidade: vá ao Terraço Itália para comemorar ocasiões especiais, principalmente se for à dois. E pode preparar o bolso também. Mas é sucesso na certa para uma noite muito agradável e inesquecível.

> Terraço Itália
Av. Ipiranga, 344 - 41º andar | Centro reservas: 2189-2929 www.terracoitalia.com.br

Itadakimasuuuu!

13 de junho de 2009

Namu | shabu shabu

Eu ia para uma reunião no Bom Retiro quando estacionei em frente a um ajeitado restaurante. Shabu shabu dizia a placa. Tinha uma idéia do que era mas nunca tinha experimentado. Resolvi que ia dar uma chance ao restaurante depois da reunião. Mas... a tal reunião foi super longa e quando retornei, fui gentilmente informado que o almoço estava encerrado. Peguei então um cartão de visitas e fiquei com o Namu na cabeça. Quando ia voltar para conhecer o shabu shabu do Bom Retiro? Algum tempo depois, veio a oportunidade. Sabadão de manhã, fomos (quer dizer, ela foi..) às compras na José Paulino e na volta, quase na hora do almoço, lá estava o Namu pronto para nos receber.
O ambiente é bem arrumado e limpo com móveis novos e de bom gosto. O atendimento é bem feito e cuidadoso. Chega a destoar dos outros restaurantes do bairro. A freguesia é predominantemente oriental e de origem coreana, mas o restaurante não é exatamente de cozinha coreana. No cardápio, aliás, haviam muitas opções interessantes de origens diversas, como o tonkatsu, o yakisoba (eu sempre quero experimentar yakisobas em todos os lugares), o enrolado vietnamita.... Mas tínhamos que experimentar o shabu shabu, que é a especialidade do lugar.


o ambiente do Namu

O shabu shabu é um misto de sukiyaki com um fondue (comparação beeeem grosseira...) de origem japonesa. Diversos ingredientes, entre eles legumes, macarrão, carnes, cogumelos são preparados na mesa em uma panela cheia com um caldo levemente temperado. Os ingredientes podem ser mergulhados em molhos que acompanham o prato e degustados de forma similar a um fondue.
No Namu, a tradicional entrada cortesia foi uma "delicada" salada de alface e folhas verdes temperada com um molho muito, mas muito apimentado. Para quem gosta, estava saboroso. Eu particularmente não consegui chegar ao fim e de quebra mandei meia lata de Nestea junto da salada....


Entrada cortesia: salada apimentada

Em seguida, chegou o kit shabu shabu que incluia uma porção de carne, verduras, legumes, kani, cogumelos, macarrão, arroz, molhos, panela a gás, potes, pratos e um garçom... Isso mesmo, um garçom! É fato que a maioria não vai ter idéia de como preparar o shabu shabu. Por isso, o restaurante instrui os garçons a prepararem o prato para os clientes, que apenas assistem e comem. No nosso caso, o garçom foi bastante atencioso e explicou passo a passo como se degustar a comida.


Kit shabu shabu do Namu

O preparo começa pelas verduras e legumes, que demoram mais para cozinhar. Tem de tudo: couve flor, repolho, cebola, acelga. Depois vem a carne, fatiada bem fininha. Depois os cogumelos, o kani. O líquido, que vem levemente temperado vai gradualmente ganhando os sabores do que cai na panela. E o que sai é degustado acompanhado com um dos três molhos: amendoim, pimenta ou shoyu. O 1o é o mais exótico, com gosto de .... amendoim mesmo... um pouco doce, e levemente amargo. O 2o é bem saboroso e razoavelmente ardido. E o último é uma mistura de shoyu menos concentrado e levemente adocicado. Eles combinam bem com o sabor delicado das iguarias que saem da panela, especialmente com a carne.


A carne fatiada do shabu shabu

E quando achamos que a refeição já está no fim, vêm o 2o round: o macarrão. É uma espécie de lamen verde de fabricação da casa, que é preparado no caldo resultante do cozimentos de todos os ingredientes anteriores. Vem até pedacinhos do que sobrou na panela. A massa é mais pesada e grossa que um lamen estilo Aska (um dia a gente traz fotos de lá também...) e o sabor é novamente bem suave. Dá sustância mas o melhor ainda estava por vir...


shabu shabu on the way

Não era o fim ainda... restava o grand finale! O caldo da panela ainda tinha o que dar. Enquanto terminamos o macarrão, o garçom coloca arroz, ovos e uma mistura de legumes picados e mistura com tudo o que sobrou na panela. Vira uma espécie de bi bim bap, um risoto, um soborô bem picadinho. Acha-se pedaços de tudo o que foi comido nas rodadas anteriores. Estranho mas muito saboroso. Junto com a carne, é a melhor parte da refeição.


bi bim bap? risoto? soborô?

No fim, os R$ 28 por cabeça investidos no shabu shabu valem cada centavo. O atendimento e o ambiente são simpáticos e a comida gostosa e farta. É uma experiência diferente que vale a pena. Recomendamos e retornaremos um dia para experimentar as outras opções do cardápio.

> Namu Shabu Shabu
Rua Prates, 221 | Bom Retiro
3228-6126


Itadakimasuuuu!

11 de junho de 2009

Bicol

Noite de feriado de Corpus Christi. O que jantar? A sugestão era a barraquinha de churrasquinho coreano que fica na avenida Aclimação. E lá fomos nós procurarmos a tal barraquinha. E nada de acharmos o lugar. Resolvemos então ligar para uma amiga e pegar o "endereço" com detalhes. Mas, para nossa decepção, aparentemente a tal barraca só abre depois das 21 horas... e eram 7 da noite ainda... Para não ficarmos apenas na vontade de experimentar um novo lugar de comida coreana, resolvemos conhecer o Bicol. O restaurante fica em uma pacata esquina da super rotatória da Aclimação. Estacionar não foi problema por conta das muitas vagas na rua. Lá dentro, encontramos um ambiente espartano e com jeitão de restaurante de bairro, frequentado por famílias e moradores da Aclimação, descendentes de coreanos em sua maioria.
Olhamos o cardápio e, apesar de haver opções bem interessantes, obviamente a pedida tinha ser churrasquinho coreano, o bulgogi.


O bulgogi do Bicol antes da chapa com os "banchan"

O bulgogi é talvez um dos pratos mais comuns nos restaurantes coreanos paulistanos. Consiste de contrafilé ou outra carne de 1a linha cortada fininha e temperada à moda. Ele é preparado no "phan", uma espécie de calota (à gás ou elétrico) colocada a mesa e utilizada para grelhar a carne. O prato ainda acompanha vários "banchan", acompanhamentos diversos servidos em pequenos pratos ou cumbucas.
No Bicol, o bugolgi serve tranquilamente duas pessoas e é ligeiramente diferente dos outros que já experimentamos. A carne não vem exatamente fatiada, e sim, triturada em pedaços pequenos e delgados. Vira quase uma massa de hamburguer misturada com pedações de cebolinha. A carne cortada desse jeito frita rapidinho no phan e, orientados pelo garçom, tem que ser banhada com uma mistura de óleos que vem em uma jarra. O tempero dá um sabor especial e deixa a carne levemente doce e apimentada. Quase desmancha na boca e é super saboroso.


O bulgogi do Bicol NA chapa com os "banchan"

Os banchan que acompanham o bulgogi do Bicol eram um pouco diferentes. Os super tradicionais kimchi, legumes e verduras condimentados com pimenta, vieram em menor quantidade, dando espaço para os menos comuns como mortadela com pimentão e porções boas de jeon (uam espécie de panqueca coreana com cebolinha). Duas cumbucas de metal com arroz branco e uma saladinha com tempero bem forte também são servidas com o prato.


O bulgogi do Bicol na chapa com os caldinho da jarra

O garçom explicou ainda que caldo que que surge da mistura da mistura da jarra com os líquidos do grelhado pode ser misturado ao arroz e vira uma espécie de risoto. A colher de cabo comprido deve ser utilizada para esta finalidade. Experimentamos mas não achamos tanta graça assim na mistura.


Banchan e os alfaces de enrolar

Outra forma de degustar o bulgogi é enrolar a carne e acompanhamentos em grandes folhas de alface que também vem junto com o prato. Dá um certo trabalho mas fica gostoso.


A tradicional melancia grátis

Para encerrar, a tradicional melancia cortesia da casa. Parece ser um desencargo de consciência para o estômago depois de devorar um monte de comida apimentada e condimentada...

Enfim, o bulgogi do Bicol foi aprovado com louvor. É super saboroso e os R$ 68 investidos no prato valem a pena. Apesar do ambiente simples, a comida é bem gostosa e o atendimento correto. Com certeza voltaremos lá para o repeteco e experimentar os tais pratos diferentes.

> Bicol
Praça General Polidoro, 111 | Aclimação
3207 9893


Itadakimasuuuu!